No segundo Domingo de Maio comemora-se uma data especial onde
prestamos nossas homenagens as mulheres que despertaram o divino dom da
maternidade.
Laços afetivos que oferecem carinho e proteção. Mãe
não é apenas a mulher que gera e dá à luz a um filho, mas também aquela que gera e
doa o sentimento de amor em seu coração.
Sendo assim, quero oferecer a todas as mães um belo poema escrito
pelo inesquecível Vinícius de Moraes como uma forma de agradecimento por todo
carinho e dedicação que recebemos, ao longo da vida, da forma mais verdadeira, sublime e incondicional.
Um grande beijo a essas grandes mulheres e guerreiras que merecem respeito e
muito amor de seus filhos, pois fazem de tudo para agradá-los, sofrem com seus
sofrimentos, alegram-se com suas conquistas e querem que estes estejam sempre bem.
E um beijo especial pra minha mãe. Te amo !! Sempre...
Minha mãe, minha mãe, eu
tenho medo
Tenho medo da vida, minha mãe.
Tenho medo da vida, minha mãe.
Canta a doce cantiga que cantavas
Quando eu corria doido ao teu regaço
Com medo dos fantasmas do telhado.
Quando eu corria doido ao teu regaço
Com medo dos fantasmas do telhado.
Nina o meu sono cheio de inquietude
Batendo de levinho no meu braço
Que estou com muito medo, minha mãe.
Batendo de levinho no meu braço
Que estou com muito medo, minha mãe.
Repousa a luz amiga dos teus olhos
Nos meus olhos sem luz e sem repouso
Dize à dor que me espera eternamente
Para ir embora. Expulsa a angústia imensa
Do meu ser que não quer e que não pode
Dá-me um beijo na fonte dolorida
Que ela arde de febre, minha mãe.
Aninha-me em teu colo
como outrora
Dize-me bem baixo assim: — Filho, não temas
Dorme em sossego, que tua mãe não dorme.
Dorme. Os que de há muito te esperavam
Cansados já se foram para longe.
Dize-me bem baixo assim: — Filho, não temas
Dorme em sossego, que tua mãe não dorme.
Dorme. Os que de há muito te esperavam
Cansados já se foram para longe.
Perto de ti está tua mãezinha
Teu irmão. que o estudo adormeceu
Tuas irmãs pisando de levinho
Para não despertar o sono teu.
Teu irmão. que o estudo adormeceu
Tuas irmãs pisando de levinho
Para não despertar o sono teu.
Dorme, meu filho, dorme no meu peito
Sonha a felicidade. Velo eu.
Sonha a felicidade. Velo eu.
Minha mãe, minha mãe, eu
tenho medo
Me apavora a renúncia. Dize que eu fique
Afugenta este espaço que me prende
Afugenta o infinito que me chama
Que eu estou com muito medo, minha mãe.
Me apavora a renúncia. Dize que eu fique
Afugenta este espaço que me prende
Afugenta o infinito que me chama
Que eu estou com muito medo, minha mãe.
Vinícius de Moraes
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