quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cavaleiros da Esperança...

Por Schirlei Moraes


  

Alguns dias atrás eu estava vendo TV e enquanto mudava de canal acabei estacionando na Bandeirantes onde passava um episódio do anime Saint Seiya, que ficou conhecido pelos “brazucas” como Cavaleiros do Zodíaco.


Cavaleiros do Zodíaco... Até hoje recordo-me da febre que este desenho tornou-se em nosso país nos meados da década de 90. Só falava-se em Seiya, Hyoga, Shiryu, Shun e Ikke. Quantas vezes eu ouvi na escola algum adolescente gritando o famoso bordão “Me dê sua força Pégasus”?? Sei que é totalmente desnecessário dizer que é a história de jovens guerreiros guiados pelas constelações, protetores de Athena, a Deusa da Sabedoria. Quem não sabe disso?? Com certeza, Cavaleiros foi um grande marco dos animes na TV brasileira, abrindo as portas para muitos outras produções orientais .


  

  
Eu era tão fanática pelo desenho que toda semana, antes de ir para a escola, passava na banca para comprar uma revistinha chamada “Herói”, escrita por Odair Braz Jr., Marcelo Del Greco e Alexandre Nagado que fazia um resumo dos capítulos que iriam passar na TV. Era uma espécie de revista “Minha Novela” das HQs e animações!! (risos).


Até hoje eu tenho essas revistinhas guardadas, elas fazem parte da minha adolescência e sempre que sinto saudades dessa época, pego alguma para reviver os bons momentos.





A história dos Cavaleiros do Zodíaco é ótima, os personagens tudo de bom e acho lindo os traços do desenho. Como toda boa animação japonesa, a estética do desenho valorizava os olhos grandes e expressivos, os cabelos coloridos e corpos perfeitos. Mas, a estética do rosto dos personagens, na minha opinião, possuia um diferencial quando comparados aos trabalhos de outros desenhistas. Não sei se é apenas impressão minha ou é simplesmente questão de gosto pessoal.





Se eu fosse fazer um “Top 20 animes”, Cavaleiros do Zodíaco era um forte concorrente a primeira posição SE não fossem alguns detalhes... Até a fase das 12 Casas do Zodíaco o anime estava perfeito, mas depois disso achei que ficou meio repetitivo... Sempre aparecia um vilão, Athena se sacrificava para salvar a Terra, os cavaleiros de bronze tomavam um monte de bolacha na cara, se arrebentavam e no final... Salvavam Athena e o mundo. Acho que o anime acabou ficando com um “q” pesado e dramático demais... Isso sem falar sobre os romances desse anime... Nota zero!! Inexistentes!! E o principal: mataram o cavaleiro mais lindo do desenho: Kamus de Aquário!! Como o Masami Kurumada pode cometer tal pecado??? Ah... depois disso tive que fazer os cavaleiros caírem posições no meu Top... (risos)





Mas, falando sério, rever Saint Seiya esse dias na Bandeirantes me levou numa rápida viagem ao túnel do tempo. Recordei-me de uma fase gostosa da minha vida onde descobri nas animações japonesas uma forma de fugir dos meus problemas pessoais em mundos paralelos, repletos de heróis, deuses e muita fantasia.


  

No final das contas eu cresci, continuo tendo que enfrentar os problemas desse mundo mundano, porém, essas histórias me ensinaram importantes lições que carrego até hoje comigo: Não importa qual seja o desafio que você tenha que passar, as boas atitudes sempre prevalecem. Afinal o que não é a vida se não um grande campo de batalha onde lutamos para realizar nossos sonhos??

Por isso, sempre nutri meu ser com palavras como justiça, bondade e fé pois sempre acreditei que temos em nós um pouquinho dos Cavaleiros da Esperança...







sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

É Carnaval … Tire sua Máscara !!

Por Schirlei Moraes



 
Entusiasmo, liberação, paixão... Estas são algumas definições que representam a palavra carnaval para muitos foliões ardorosos por esta festa mundialmente famosa e cultuada que possui origens distantes vindas das orgias dedicadas a Baco, Saturno e Pã pelos romanos.

As homenagens prestadas aos deuses mitológicos ficaram no passado. Porém, a energia primitiva e sexual ainda predomina nos tempos modernos num desfile de egos, corpos esculturais e muito samba no pé.
Confesso que esta não é a minha época favorita do ano. Apesar do meu pai ter sido um aficionado por samba, apesar de ter crescido num ambiente totalmente boêmio ao som de artistas como Martinho da Vila, Bezerra da Silva e Agepê (Nossa!! Agora fui fundo nas lembranças!! Recordar é viver, não é queridos? – risos), nunca me senti atraída por este gênero musical. Aprecio muito mais um bom riff de guitarra do que uma batida de tamborim.
Mas, sinto saudades do “Dunguinha” tocando de forma cativante seu pandeiro...

E estas doces lembranças do meu pai sambista que me fizeram enxergar nessa folia carnavalesca um sentido muito maior que a exposição física exacerbada e a vontade de extravasar os desejos reprimidos. O carnaval é uma explosão de alegria e sensualidade que contagia milhões de pessoas e, durante alguns dias, transforma nossa dura realidade em instantes mágicos de devaneio.

Entre confetes e serpentinas, qual é a sua fantasia? O sonhador e emotivo pierrô? O temperamental e voluptuoso Arlequim? Ou a alegre e descontraída Colombina?





Na verdade, não importa qual será o traje que você irá escolher ou o personagem que irá incorporar.
Não importa se você vai pular o Carnaval ou aproveitar o feriado de outra maneira... Divirta-se!!


Pois, como já disse Chico Buarque em sua música
"Sonho de um Carnaval" :


"Carnaval, desengano
Deixei a dor em casa me esperando
E brinquei e gritei e fui vestido de rei
Quarta-feira sempre desce o pano

Carnaval, desengano
Essa morena me deixou sonhando
Mão na mão, pé no chão
E hoje nem lembra não
Quarta-feira sempre desce o pano


Era uma canção, um só cordão
E uma vontade
De tomar a mão
De cada irmão pela cidade

No carnaval, esperança
Que gente longe viva na lembrança
Que gente triste possa entrar na dança
Que gente grande saiba ser criança".


 







domingo, 12 de fevereiro de 2012

A Dança da Fada Açucarada

Por Schirlei Moraes





O ballet é um estilo de dança que acho fascinante. É algo quase mágico observar uma bailarina equilibrar-se de forma tão suave e etérea na ponta dos pés.

Acredito que, em algum momento da vida, toda menina já se imaginou usando sapatilhas e o famoso tutu cor-de-rosa e comigo não foi diferente. Já vivi fantasias onde me via dando piruetas graciosas embaladas por belas músicas instrumentais, como uma pequena bailarina que rodopia numa caixinha musical.

O Lago dos Cisnes, Dom Quixote, Giselle, A Bela Adormecida , Romeo e Julieta , Raymonda.... Muitas são as peças de ballet, mas, dentre todas, uma que sempre me encantou é o famoso “O Quebra-Nozes” por seu encanto, magia e romantismo.

Inspirada em uma adaptação francesa de um trecho do conto Nussknacker und Mauserkonig (Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos), de Hoffmann, o escritor Alexandre Dumas (famoso por sua obra “Os Três Mosqueteiros) adaptou a obra a uma história infantil e Tchaikovsky compôs a trilha sonora, a pedido do célebre coreógrafo Marius Petipa, tornando esta uma das peças mais populares e famosas da música clássica.





Este ballet conta as aventuras de Clara, uma menina que na noite de natal recebe de presente um “Quebra-Nozes” de aparência humana, vestido como um soldado, mas que tem as pernas e a cabeça de tamanho desmensurado.

Uma das cenas mais famosas desse ballet é a “Dança da Fada Açucarada”, ou “Dança da Fada do Açúcar” (em francês, “Danse de la Feé Dragée”). Expressa a magia de uma fada com uma melodia rica e inovadora, através de um instrumento musical novo na época, a celesta. O instrumento é um teclado, em que as teclas são conectadas com martelos, que batem em um conjunto de placas de metal graduadas por som, suspensas acima de uma tábua de madeira. Pela primeira vez na dança da fada, Tchaikovsky importou o instrumento em segredo para que nenhum outro compositor pudesse usá-lo antes dele.

A primeira bailarina a dançar a fada foi Antonietta Dell’Era. Na época, era moda ter a primeira apresentação de um ballet dançado por uma bailarina Italiana e, segundo os pesquisadores, Petipa ou Tchaikovsky não gostaram da escolha.
A magia expressada nesta personagem é que fez-me adotar o apelido de “Fada Açucarada” no mundo virtual, pois assim como a doçura transmitida por este lindo contode Natal, gostaria muito de poder invocá-la para conseguir adoçar um pouco a vidas da pessoas.



Solo de Nina Kaptsova,  uma das principais bailarinas do Bolshoi Theater
Apresentação do Ballet Quebra-Nozes em 2010



Afinal, se a arte tem a função de transformar e inspirar, que possamos ter a ternura da "Fada Açucarada", e levar coisas boas para todos os lugares!

E que possamos viajar num mundo de sonhos e doces...


Beijinhos Açucarados

Shi (Fada Açucarada)




O Enredo de “O Quebra-Nozes”




 A história se passa na Europa Oriental, durante o século XIX. Um médico e prefeito da cidade, Jans Stahlbaum se maravilha ao realizar um Natal para sua família e amigos.

Os filhos, Clara e Fritz, esperam pelos convidados que logo se entusiasmam com a entrega dos presentes e as danças natalinas. De repente uma figura misteriosa chega para a festa: Drosselmeyer, o mágico, padrinho de Clara, juntamente com o seu sobrinho.

Entre os presentes estão bonecos mecânicos com aparência humana, que dançam. Todos se comovem com a beleza e graciosidade da cena. Drosselmeyer dá de presente à Clara um Quebra-Nozes com aparência de soldadinho.


English National Ballet's  


Clara, encantada, começa a dançar com seu novo brinquedo, mas seu irmão Fritz toma - lhe o boneco que se quebra na confusão. Drosselmeyer conserta-o e consola Clara.

Os convidados dançam, a festa termina e eles se retiram. Todos dormem na casa da família Stahlbaum, menos Clara que vai até a sala ver seu boneco que havia deixado perto da árvore e adormece a seu lado.

Na sala escura, Clara ouve ruídos de ratos que tentam atacá-la. De repente, toda a sala parece crescer, o boneco toma vida e Clara parece estar do tamanho deles. O Quebra-Nozes luta com os ratos para defendê-la, quando surgem o Rei dos Ratos e o pelotão dos soldados de chumbo.

O Rei dos Ratos e o Quebra-Nozes lutam até se ferirem mortalmente. Os ratos retiram seu rei e Clara corre ao encontro do seu Quebra-Nozes. Ao vê-lo morto, começa a chorar; suas lágrimas quebram o encanto e o boneco transforma-se em um lindo príncipe- o sobrinho de Drosselmeyer - que leva Clara para visitar o Reino Encantado.


 Los Angeles Ballet


Ao chegarem ao Reino Encantado são recebidos pelos Anjos da Árvore de Natal, juntamente com a Fada Açucarada, que convoca seus súditos:

Chocolate Quente da Espanha,
Café da Arábia,
Chá Chinês,
Pirulitos,
Marzipan,
a Mamãe Bom-Bom com os Polichinelos,
Gotas de Orvalho e suas Guirlandas de Flores.

A Fada anuncia que todos executariam danças para prestar-lhes homenagens.


San Francisco Ballet’s


Finalmente Clara percebe que está na hora de deixar o Reino Encantado, mas tudo o que vira, como um lindo sonho, ficará com ela para sempre. Seu príncipe a acompanha na volta ao lar, nessa mágica noite de Natal...


                  
          Curiosidades :


·    Todas as apresentações do Ballet quebra-nozes sofreram mudanças no roteiro. Em algumas montagens, o padrinho de Clara nunca está presente, ele é sempre parte do sonho da menina. Em outras montagens, Clara dança o solo “pas de deux”.

·    Tanto Nureyev quanto Baryshnikov fizeram a sua versão do ballet quebra-nozes.

·   Segundo pesquisas e, ao contrário do que se pensa, Tchaikovsky não estava nada contente com essa escolha da adaptação francesa de Alexandre Dumas para ser usada ao invés da fábula original, que era mais forte e marcante, escrita por E.T.A. Hoffman, “O quebra-nozes e o rei dos ratos”.

·    Os historiadores ligados à área de dança dizem que, quando Marius Petipa percebeu que a montagem seria um fracasso, ele pediu para sair de licença médica, deixando seu assistente em seu lugar, Leon Ivanov. Porém o crédito do espetáculo é dado a ambos em conjunto.

·    Mesmo enfrentando fortes crítica, o espetáculo teve 18 apresentações e se espalhou pelo mundo a fora, tomando várias formas e estilos de produção. E em 1928, na montagem de Fyodor Lopukhov, o texto original de Hoffman foi utilizado e era recitado pelos bailarinos. A única coisa que permanece fiel a primeira montagem é a trilha sonora que foi criada por Tchaikovsky, que é reconhecida como uma das peças mais populares e famosas da música clássica. A versão resumida da suíte quebra-nozes é provavelmente a obra clássica mais gravada da história da música clássica.



         Fontes:
          http://www.pesnochao.org.br/
          http://www.artigos.com/